It touches everything, but not me

Quem passa por cá sabe a importância que dou às fragâncias. (Podem fazer milagres por elas, mas sobretudo por eles). Recebi de presente uma nova. Passados alguns dias ainda não estou conquistada. Nem sequer pela publicidade com a bela Diane Kruger. Não. Não. Não. Não combina. E não adianta juntar duas coisas que não combinam. Podia aproveitar e falar aqui de relações e fazíamos já umas belas ligações. Mas não me apetece.

Voltem Nina Ricci e XS estão perdoados!

For I am the first and the last

I am the whore and the holy one.
I am the wife and the virgin.
I am the mother and the daughter.

I am she whose wedding is great
and I have not taken a husband.

I am the bride and the bridegroom
I am senseless and I am wise.


Why, you who hate me, do you love me,
and hate those who love me?

I am knowledge and ignorance.

I am shame and boldness.
I am shameless; I am ashamed.

I am control and the uncontrollable.
I am strength and I am fear.
I am war and peace.
I am the substance and the one who has no substance.

But I, I am compassionate and I am cruel.

Do not hate my obedience and do not love my self-control.

I am the union and the dissolution.

I am the silence that is incomprehensible
and the idea whose remembrance is frequent.
I am the voice whose sound is manifold
For I am the first and the last.

(The Thunder, Perfect Mind)

O Natal é isto

Recalcamento

Em 2001 perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida. Essa dor é ultrapassada aos poucos por sorrisos de saudade. As lágrimas já secaram. Em 2010 é um ano comparável pelas mais variadas razões. Só quero que acabe depressa para esquecer que existiu.

O cinema é tão belo (VII)

Melvil Poupaud in Le Temp qui reste

Para pessoas com pressa...

...ou para pessoas que gostam de descomplicar 90 clássicos da literatura por Henrik Lange.

Ordem de ideias e trabalhos

1. Sou uma pessoa mais paciente graças ao aparelho ortodôntico;
2. Nunca mais escolher verde para as borrachinhas do aparelho (pareço uma alface);
3. Ir mais vezes ao cinema sozinha;
4. Ler mais jornais
5. Actualizar o estaminé
6. Deitar-me antes das 1 da manhã
7. Ouvir mais jazz
8. Sorrir mais vezes
9. Deixar de encaracolar o cabelo enquanto exercito a massa cinzenta
10. Não desistir Nunca

O cinema é tão belo (VI)

James Franco in Milk

...

Tenho saudades de ter saudades

Copie Conforme

Levem-me para a Toscana, ponham-me à frente um café longo pela manhã e um bom vinho ao cair da noite e serei a mulher mais feliz do mundo. É o meu desejo mais burguês. Se for concretizável no próximo Verão, tanto melhor!
Tudo a propósito deste bela, mas complexa e ainda mais delicada obra-prima. A cada novo visionamento encontro um promenor irresistível. Graças a Abbas Kiarostami e a Juliette Binoche já tenho o meu filme do ano.

Adieu mon amie

Foram quase 16 anos de completa partilha. Eu sabia que um dia terias de partir e que levarias contigo parte de mim. O início, em que tinha medo e depois, quando toda eu era confiança.

As viagens, as melhores conversas entre amigos, alguns amores, os desabafos amargos ao final do dia. As lágrimas, algumas, gargalhadas muitas!

Em ti transportei sonhos e conquistas. Partilhei as músicas da minha vida. Desfrutei os melhores finais de tarde de Verão e as piores madrugadas de Inverno. Por ti passaram músicos, actores, realizadores, estilistas, intelectuais, pessoas iguais a tantas outras.

Percorremos norte, sul, este, oeste. Nem sempre conseguiste chegar inteiro, mas nunca desisti de ti porque tu materializavas a minha memória.

Nunca tive vergonha de ti, mas sim de mim que não cuidava suficientemente de ti.

E eis que chega esse dia imenso de nostalgia.

Adeus Citroën AX.Tu serás sempre o primeiro!

My guilty pleasure

A nova publicidade da Lancôme.Depois da mãe, agora é a vez da filha dar a cara. Elettra Rossellini Wiedemann dona de uma beleza cinematográfica e que vem dar um ar mais jovem e sofisticado à marca parisiense.



O tema de George Delerue, do filme "Les Mépris", que ao longo dos anos conheceu várias roupagens e torna tudo tão belo. Impossível não ficar viciada.

O cinema é tão belo (V)

Marco Leonardi in Cinema Paradiso

Preciso urgentemente deste livro!

Diz quem leu, eu confesso que olho de soslaio para a literatura "desportiva", que José Mourinho é um líder por excelência. Senão vejamos.

Certo dia, num jogo que envolve o Chelsea, Drogba implora à presidência do clube para faltar ao jogo para ver a mãe gravemente doente. Autorização negada. Drogba entra em campo resignado, mas desconhece que o treinador já tinha comprado a passagem de avião, cuja partida estava marcada para 15 minutos antes do fim do jogo. Como é possível? Perguntem a Mourinho.

O treinador exige a toda a equipa que ao intervalo marque pelo menos dois golos. Assim aconteceu. Chama o capitão e pede para que este diga a Drogba para cometer falta. Primeiro amarelo. Pede mais uma. Vermelho e expulsão. Drogba pode ir ver a mãe e toda a equipa, verdadeiramente unida, olha para o mestre com respeito.

P. S - Gosto de acreditar que tudo isto foi verdade.

É a tragédia meus senhores!

Não sei se diga se foi bom ou mau. Digo apenas que resisti até ao fim das mais de quatro horas de filme. E por momentos viajei até esse universo de tantas personagens sofríveis do tempo dos meus bisavós. E nisso o filme é perfeito, porque quase nada (excepto determinados actores) soa a falso.

Alguém disse, e com razão, que os livros de Camilo fazem lembrar aquela boneca russa, a matrioska. Atrás de uma tragédia vem sempre outra e depois outra, até à tragédia final. Chamemos-lhe uma espécie de sadismo literário.

Eu diria para verem o filme, porque depois de tantas horas não creio que tenham vontade de ler o livro.

Banalidades

Sabem que mais? Estou farta de filmes franceses sobre casais burgueses. Histórias de amor, traições, swings e ménages à trois. O cinema francês está totalmente aburguesado e o que não está, dificilmente chega a Portugal.
E esta semana chega cá mais uma dessas películas, protagonizada pela irmã da Carla Bruni. Não é mau, mas também não é bom. Assim resumo o estado das coisas.

O cinema é tão belo (IV)

Elio Germano e Riccardo Scamarcio in Mio fratello è figlio unico

Corria o ano de 1993. Madonna lançava o terceiro single do álbum Erotica, que segundo a crítica foi considerado um flop. Mas nem tudo foi mau em "Bad Girl". Realizado por David Fincher o videoclip, que conta com a participação do grande Christopher Walken, é hoje considerado como um dos melhores exemplos do género. Para além do mais, prova que o cinema pode estar em todo o lado. Não fui eu que disse, mas sim o João Lopes.

Os mais curiosos podem ver aqui

Spiritualized

Gosto das terapias orientais. Aliás, vejo-me perfeitamente a viver na China ou no Japão, apenas ainda não encontrei outra pessoa que partilhe a mesma vontade.

Ora, iniciei-me recentemente no Reiki, o qual recomendo a todos os que visitam este blog por ser extremamente relaxante. Passarinhos, flautas de bambu, som da água a deslizar pelos belos jardins japoneses e para completar todo este cenário zen, eu vestindo um kimono de seda numa cerimónia do chá. Ok. Tiremos a última parte. Tudo para dizer que este Chill Out oriental pode fazer pequenas maravilhas.

Ainda esta semana vou abrir outro capítulo, o da Acupuntura. Creio que em pouco tempo toda eu serei energia universal.

O cinema é tão belo (III)

Marcello Mastroianni in 8 ½

Friends will be...

Há momentos da nossa vida que nos dizem exactamente onde estão os verdadeiros amigos e onde estão os amigos em part-time e afins (categoria por demais abrangente, believe me). É como a célebre publicidade do "algodão não engana".

Desistir de alguém ou de alguma coisa é hoje uma atitude (infelizmente) banal. Dar um tempo nas relações de amizade também. Dá trabalho conservar uma boa amizade. Dá trabalho ouvir, aconselhar e conhecer alguém. Dá trabalho estar a levar com os problemas dos outros. É quase uma profissão, diria eu.

Mas vivemos e aprendemos a mimar os "verdadeiros", ainda mais.

O cinema é tão belo (II)

Louis Garrel e Romain Duris in Dans Paris

Largar a mão

Gosto disto e nem sei por que razão. Mas gosto. Ainda assim uma música não salva um álbum e continuo com a minha aversão ao vocalista.Talvez a simbologia da letra, valha mais do que a própria sonoridade. Talvez esteja a ficar mais lamechas, careta até. Talvez esteja na altura de largar a mão e partir.

O cinema é tão belo (I)

Alden Ehrenreich in Tetro

O recomeço

"Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura".
Por estes dias o meu estado de espírito é mais leve do que uma nuvem e tudo o resto é acessório.

And we'll collect the moments one by one
I guess that's how the future's done (...)

trees with zenit

Convenço-me a mim mesma que até tenho uma certa queda para a fotografia. Mas depois penso que foi a magia de uma Zenit (edição limitada dos Jogos Olímpicos) que fez quase tudo sozinha. Ou quase tudo. Eu só limitei-me a disparar. E não estou certa se a imagem terá ficado focada, vistos que sou um pouco míope. Mas pensemos que valeu a tentativa.

I need another world

Nunca uma letra, canção, melodia foi tão assertiva na minha vida. Já falta pouco.

I need another place
Will there be peace
I need another world
This one's nearly gone
Still have to many dreams
Never seen the light
I need another world
A place where I can go
(...)

20 años

Esta curta é uma delícia. Quando se pensa que já terminou consegue surpreender ainda mais. Adoro os detalhes. Esta curta, que reaviva um clássico da música cubana, pertence a Bárbaro Joel Ortiz

Até muito breve!

A pedido de várias famílias, que por acaso só foram duas, uma de Barcelos e outra da Madeira, estamos de volta! Embora que a meio gás, porque não há tempo para mais. Mas em breve postarei todos os dias.

Enquanto há força
No braço que vinga
Que venham ventos
Virar-nos as quilhas
Seremos muitos
(...)

Zeca Afonso

Say Whisky!

Como é que um filme que estreia em 2003 só chega cá em 2010? É fácil! Está em Portugal. Welcome my friend!

Vi-o no mês passado e tenho vindo a adiar esta posta. O filme é urugaio e aborda a vida de um homem de 60 anos que é o rei da monotonia. Aquelas personagens, que não são assim tão raras, e que nos fazem bocejar minuto sim, minuto não.

Embora seja uma comédia, o filme é um retrato sublime sobre a solidão.

Ah! O Amor!

O realizador (fotógrafo) do documentário «Home», Yann Arthus-Bertrand, fez cerca de 5 mil entrevistas, visitando desde 2003 mais de 70 países. Eis o resultado. Um trabalho simples e magnífico que descobri na RTP2. O retrato dos nossos dias. «6 billion others»

Se me perguntassem neste momento: "O que é o Amor?". Não saberia a resposta. São aquelas perguntas banais, para as quais não tenho a resposta na ponta da língua.

Atentem aos senhores da Nova Orleães e Itália.

Leituras de Verão

Terminado o Ruído do Branco e o The Office e para dar resposta às minha insónias, que têm contribuído para tornar mais visível a minha ruga de expressão, eis a minha mais recente aquisição. Dizem que é o melhor livro de Ballard. Vamos lá provar d'«A Bondade das Mulheres» entre uma ida à praia e a toma de Ben-uro-n para as dores de dentes.

Descobri que o Brasil deve ser o país com o maior número de pessoas a usar aparelho. Não só têm fóruns sobre o assunto, como têm sites em que se pode simular a cor das borrachinhas. O pior de tudo. Eu já fiz a minha própria simulação.

Os deuses devem estar loucos

Em português, o «PSD Must Be Crazy». Uma comédia protagonizada por Pedro Passos Coelho, um galã foleiro que sonha afundar um país.

Retirar da Lei Fundamental as expressões "tendencialmente gratuito" no capítulo da saúde e "sem justa causa" na proibição dos despedimentos. What a...

Uma idiotice que junto à minha imensa dor de dentes e ao facto de ter colocado elásticos cor-de-rosa no aparelho que, finalmente, encontrou a sua alma gémea. Isso mesmo. A parte inferior. O meu drama está completo.

Militante por um mundo melhor

O jornalismo é a profissão mais bonita do mundo por causa disto. As pessoas. As pessoas interessantes que se cruzam no nosso trabalho.

Gérald Bloncourt tem 84 anos e é fotógrafo desde 1946. Fotografou os emigrantes portugueses em França entre as décadas de 50 e 60, nos bairros de lata lamacentos da região parisiense.

Foi repórter fotográfico no jornal comunista L'Humanité, altura em que começou a retratar as cicatrizes, os rostos, as mãos dos trabalhadores.

Fotografou Charlie Chaplin, André Breton, entre muitos outros. No seu arquivo tem mais de 200 mil fotos.

Tem uma vida cheia e pinta de bon vivant. Tive o privilégio de o entrevistar.

The Office Medley

Curtas '10

Na minha passagem muito curta (a fazer jus ao nome do festival) destaco o vencedor desta edição.
"Colivia/The Cage", do realizador romeno Adrian Sitaru. Quando digo que o cinema romeno é uma caixinha de surpresas não é por acaso. O caos (língua e contexto sócio-económico) é fascinante.

Também gostei de "Talleres Clandestinos" de Catalina Molina e "Viagem a Cabo Verde" de José Miguel Ribeiro, que triunfou na Animação.

Season Six

The Office. A única série televisiva em que posso dizer: sou viciada. Claro que tenho uma queda para as personagens mais desequilibradas. Michael Scott, Dwight Schrute e Andy Bernard.

Welcome (Philippe Lioret)

Não me lembro de no cinema ver o drama da emigração tão bem retratado. Nem tão pouco uma história tão comovente. Bilal é um rapaz de dezassete anos que percorre três mil quilómetros a pé desde o Curdistão até Calais, no norte de França. O objectivo é, para além de fugir à guerra, reencontrar a namorada curda que vive em Londres. (No filme vista como a nova terra de oportunidades).

Só que a única forma de lá chegar é atravessando o Canal de Mancha a nado. Mais de 10 horas a nadar. Com o pouco dinheiro que lhe resta compra aulas de natação. O resto é fácil de imaginar. E creio que é por isso que o filme é tão forte. Um desfecho que, enquanto espectadores, gostaríamos de evitar. Mas é inevitável.

Fiquei completamente rendida. Um filme esmagador que nos torna pequeninos.

P.S - Já para não falar da imagem de Cristiano Ronaldo (enquanto jogador do Manchester) na cena fina.

Os felinos sempre adoráveis

Tudo por causa de uma experiência-piloto que tinha como objectivo fazer-me sorrir. Resultou.

Livros que dão que pensar

Li sofregamente.

Nina Simone

Nestas férias aprendi a (re)descobrir Nina Simone. Segundo li, a senhora era um pouco tresloucada, mas eu gosto assim. Para além do tema Wild is the Wind, de longe o meu favorito, as que seguem no meu top Nina são estas. Tão simples e tão bonitas que me fazem rodopiar. Lovely.



My Baby Just Cares for me (a mulher apaixonadíssima e feliz)




I Want a Little Sugar in My Bowl (a mulher carente, cuja relação é um tédio)



I put a spell on you (a mulher confiante, altiva, ligeiramente arrogante e acima de tudo dominadora)

A caminho do fim...

Mas será que poderemos tornar as coisas melhores para os da Idade da Pedra? Somos capazes de construir um frigorífico? Conseguiremos, ao menos, saber como ele funciona? O que é a electricidade? O que é a luz?

Todos os dias, na nossa vida,experimentamos essas coisas, mas de que é que elas nos servem a partir do instante em que nos encontramos nos primórdios do tempo e não conseguimos dizer às pessoas quais são os princípios fundamentais da física, quanto mais fazer qualquer coisa que melhore as nossas condições? Dá-me só um exemplo de uma coisa que pudesses fazer neste momento? Eras capaz de fazer nem que fosse um simples fósforo com que pudesses provocar uma chama riscando-o na rocha?

Pensamos sempre que somos muito bons e modernos. Alunagens, corações artificiais. Mas se, de repente, formos atirados para trás no tempo e dermos de caras com os antigos gregos? Os gregos descobriram a trignometria. Fizeram autópsias e dissecações. Que é que tu poderias dizer a um grego da antiguidade que ele não respondesse com um «e daí?»

in Ruído Branco, Don DeLillo

Resquícios das férias

Uma experiência electrizante, supersónica,viciante. Lola Rennt by Tom Tyker. Assim é fácil gostar de cinema alemão. A primeira versão da história é a minha favorita.

O ano da morte de Saramago

«Há duas coisas que acontecem de cada vez que um escritor morre. Uma delas é que os seus livros são imediatamente postos nas montras das livrarias. A isto chamo eu “ossos na montra”. Agora moda nova: o escritor morre e tem logo o nome na esquina de uma rua. A rua, que podia continuar a chamar-se lindamente “Rua do Bem-te-quero” "ou Rua da Flor da Rosa", passa logo a chamar-se “Rua Fulano de Tal“, do escritor A,B ou C. A essa nova tendência chamo eu “nome à dependura”.

José Saramago, Janeiro de 1982

"The Suburbs"

No dia 2 de Agosto temos encontro marcadíssimo.

Entretanto, se alguém simpático quiser, eventualmente, me presentear com o novo álbum dos Arcade Fire be my guest. Avizinha-se um mês musical perfeito. Delicious.

Já se pode ouvir aqui.

Concha Buika

Quem disse que o cinema e o futebol não combinam?

Cinema Pr’ó Mundial

1ª Mostra de Cinema sobre os Campeonatos do Mundo de Futebol de ENTRADA LIVRE

Ver aqui

Uma vénia para o senhor Mungiu, entre outros

Sou uma mediana conhecedora de cinema, admito. Mas o cinema romeno tem sido uma bela descoberta. "História da Idade de Ouro" é só mais um exemplo. É tão simples e tão bom que pedimos para que não acabe. São pequenas histórias, todas diferentes, passadas nos últimos anos do regime de Ceausescu. E são hilariantes, absurdas, surreais.

A minha preferida é indubitavelmente aquela em que os convidados (os camaradas) de uma festa ficam presos num carrossel durante uma noite inteira. Isto porque não ficou ninguém para desligá-lo. Às voltas, sem parar, all night long. Até enjoa só de olhar e pensar. É perfeita a metáfora.

O filme tem duas horas e meia, pelo que podem ver duas histórias e retomar no dia seguinte as próximas. Eu não consegui.

Bisbilhotar o trailer

Só porque é Ary

À deriva

Estudar até aos 40 anos é o fado da minha geração. Naquela que é também a tendência da idade de sair da casa dos pais. Só não estou a ver o caminho. Ou melhor sei exactamente aquilo que quero, mas a sociedade não deixa. Somos nada mais do que cidadãos aprisionados às lógicas capitalistas. Ter de escolher entre um curso em que sabemos que somos bons e um em que sabemos que vai rechear a nossa conta bancária.

Venga bailar Rosé

Mira, quando estoy muy triste ligo el youtube y miro el compañero Rosé, bailando el tango con nosotros.

Perdigotos? Eu?!

Posso orgulhar-me de pertencer ao grupo de pessoas que não manda salpicos de saliva, mais conhecidos como perdigotos, por usar aparelho. No meio de tanto azar devo ou não ficar feliz por esta "piquena" constatação?

Todos nós já vivenciámos aqueles episódios em que os perdigotos nos acertam em cheio nos olhos. Pumba, leva que é para aprenderes! Eu considero que esses são deveras os piores. E o que é que eu faço? Uso aquilo que chamo de cinismo cordial. Continuo a falar com a pessoa, calmamente, como nada tivesse acontecido.

Por que é que escrevi este post? Amanhã tenho consulta na dentista. E dizem os médicos que devemos ter uma atitude positiva para com o nosso aparelho ortodôntico.

Cocktails

Antes da minha existência virar pó gostava de provar um Dry Martini. É o mais famoso cocktail do mundo, muito graças ao glamour do James Bond, mas eu nunca provei. Dizem que é intragável e só depois de algum tempo é que começas a saborear verdadeiramente. Eu acredito, pois o vermute não me parece coisa boa. Tenho cá para mim que seja uma espécie de Campari. A primeira vez que bebi foi em Itália e não consegui passar do segundo gole. Absolutamente Argh! E pensar que esta bebida é feita a partir da infusão de 60 ingredientes diferentes. Argh!

Alguém se divirta a fazer jornalismo. Eu já não consigo.

Drama (III)

Alguém que trabalha numa clínica dentária: "Já tens todos os vícios de quem usa aparelho."

Eu (era tudo o que eu queria ouvir neste momento) limitei-me a um encolher de ombros.

Para a minha amiga Yaras que adora cozinhar

Yaras o que eu proponho é que, tal como no filme, comeces escrever um blogue sobre comida. A aventura durará 365 dias e 524 receitas, que feitas por ti serão de comer e chorar por mais. Mas vamos ter de adulterar o guião. Tiramos os homens, vulgo namorados, e colocamos as melhores amigas. No caso, euzinha e também a Dani. Acredito mais em ti do que no Jamie Olivier ou Nigella Lawson. Quando vi este filme lembrei-me logo de ti. Isso quer dizer alguma coisa, não? Portanto, mal o vejas diz-me o que pensas fazer da tua vida.


Bon Appetit!

Os suspeitos do costume

Legenda:

Sarkozy: Eh pá! Somos do carago, ó Merkel. Em menos de um mês conseguimos obrigar Portugal a criar um plano de austeridade.

Uma vida cheia de nada

Eu sou um pouco como a maioria dos médicos no início de carreira. A vida já é suficientemente triste dentro dos hospitais para ver dramas. O que eu preciso agora é de comédias.

Foi mais ou menos isto que pensei ao ver o filme do oscarizado Juan José Campanella, depois de lacrimijar uma torrente de água, num sábado à tarde solarengo.

«O Segredo dos Seus Olhos» é uma mistura de drama e romance que resulta num thriller que me faz lembrar aqueles policiais da Agatha Christie. Prende-nos até ao fim. E depois junta-lhe um actor competente, Ricardo Darín, e um país caótico, a Argentina. Há ainda beleza das cenas iniciais e o humor negro do actor secundário, Guillermo Francella.

É ver e comprovar o que digo.

R.I.P. José Ladeiras

Este nunca será um post triste nem com o objectivo de ridicularizar. Será antes um post de agradecimento pelas gargalhadas (tantas) que conseguiste arrancar de mim. Nunca esquecerei aquele: "Óptimo!" És grande JL!

Recordemos aqui.

O trinómio dos três "F"

Temos pena mas Fátima, Futebol e Fado nunca serão a minha praia. Não gosto de perder tempo com histerismos. O português é especialista em histerismos exacerbados no que toca a questões clubísticas e religiosas. Sou uma mulher de pouca fé. Talvez seja isso. Certeza há apenas uma, Portugal continuará a ser o país dos brandos costumes.

Tem muito samba na concentração...

Duas sugestões a fechar o fim-de-semana e que chegam do outro lado do Atlântico. O filme Estômago - Uma história nada infantil sobre poder, sexo e gastronomia de Marcos Jorge. Tenho dúvidas se merecia tanto a alarido, mas minha gente, com as estreias dos últimos tempos é melhor tirar a barriga de misérias.

E agora um álbum que passou ao lado em Portugal. Em «Segundo» há Bossa Nova e música popular brasileira pela voz calorosa de Maria Rita. Para mim o melhor trabalho da cantora, filha de Elis Regina.

"Swanlights"

Em Outubro eu e tu temos um encontro. Hoje quando tentava explicar como era a música de Antony alguém se antecipou e disse: "É assim muito deprimente e triste". O que é demasiado reductor dito na presença de alguém que consome doses EXCESSIVAS de Antony & Johnsons. Digamos antes que a sua música é arrepiantemente íntima e sensível. Assim está muito melhor.

Drama (II)

Sem dor, mas mais sopinha de massa do que nunca. Desculpem lá, mas eu agora só tenho olhos para o meu aparelho! É ver-me em frente ao espelho à procura de evoluções milimétricas.

O drama (I)

E eis que chego ao mundo dos aparelhos. Os primeiros dias têm sido um horror. Mas a coisa piora quando penso no número de meses que tenho pela frente. 36 meses. Vou repetir. Trinta e seis meses de pura loucura.

Penso que tenho um naco apetitoso de presunto e não posso atacá-lo. Acabaram-se os sugus (ui que até me doi a alma), rebuçados, pastilhas elásticas, chocolates com frutos secos ou os bordos das pizzas. Coca-cola (bebida suja do capitalismo) no more. Esquecer a bela trinca na maçã nos próximos anos.

Tornar-me-ei fã de sopa nas próximas semanas. Se alguém conhecer receitas decentes por favor partilhe. Se alguém quiser convidar-me para um jantar atenção à lista acima.

Nunca imaginei que a cera tivesse tanta utilidade. Estou indecisa sobre a cor que irei colocar a seguir. O cinzento é muito aborrecido. Um cor-de-laranja não ficaria mal, mas não pode ser o laranja PSD.

Possibilidades de conquistas amorosas atingirão os níveis mais baixos dos últimos anos. Não me venham com a treta do "é sexy e fofo". Comigo essa não cola.

To be continued...

Acordai!

Acordai,
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis!
Vinde, no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raiz!

Acordai,
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões!
Vinde incendiar
de astros e canções
as pedras e o mar,
o mundo e os corações!

Acordai!
Acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis!
E acordai, depois
das lutas finais,
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!


Fernando Lopes-Graça

Soul Kitchen

Esperava mais do novo filme de Fatih Akin, mas continuarei fiel. Foi uma mudança radical dos anteriores The Edge of Heaven (Do Outro Lado) e Esposa Turca. Até aqui não conhecíamos finais felizes.

Mas nem tudo são pontos negativos. O argumento é algo previsível, uma avalanche de desgraças e a personagem central que consegue dar a volta a tudo, mas depois há pontos a favor. Boa música, eclética q.b, e muita comida ao barulho. E só isso prende qualquer um até ao fim. Fico à espera de um filme mais sério. Os filmes tristes assentam-lhe bem.

Retomando a Madeira....

Quero muito lá voltar. Aquele clima deixa inveja a qualquer nortenho. E depois há a imensidão do mar. Aquele oceano persegue-nos para todo o lado. E eu sou uma mulher do mar. Os meus pais enganaram-se quando decidiram montar arraiais no litoral, quase interior. Em que a qualidade de vida compensa em determinados aspectos, mas naqueles que eu considero essenciais não.

Tudo isto para dizer que a Madeira é de facto um paraíso, visitado sobretudo por "estranjas"(terceira idade proveniente da Inglaterra e Alemanha) que eu tive oportunidade de conhecer de perto. Onde é que andavam os turistas portugueses na Madeira?

A comida é supimpa. Espetada com milho. Bolo de caco de manteiga ou chouriço. Mousse de maracujá. Bife de Atum. Uma delícia meus amigos. Um manjar dos deuses. Já para não falar da poncha. A regional, laranja, limão, tangerina, maracujá. A forma ideal para acabar o dia.

Santana foi uma desilusão, mas aquele mar ao fundo é de cortar a respiração. S. Vicente é um paraíso azul rodeado de montanhas esmagadoras. A Camacha é a serra, o verde e o ar puro. Ah! E foi lá que se jogou futebol pela primeira vez, em 1875.

Havemos de voltar à Madeira.

Dentadas humanas

Digam lá se este cartoon não é qualquer coisa de absolutamente brutal? Tem o nome de ‘Destruição de Florestas’ e é da autoria do brasileiro Jarbas, que publica num jornal de Pernambuco. Foi um dos vencedores do World Press Cartoon 2010. Numa altura em que tanto se fala de alterações climáticas esta imagem resume tudo. As dentadas da lagarta têm formas humanas. Nada mais ilustrativo.

love is no big truth

Esta sou eu

Nada é mais triste do que um cidadão acomodado.



Sophia de Mello Breyner

No Dia Mundial do Beijo...

Aqui em jeito de homenagem ao cinema de Tornatore. Um filme que me levou às lágrimas, tantas e tantas vezes. Sobretudo por causa desta cena. E porque é belíssimo em todos os sentidos.

...de regresso

Nunca este blogue esteve tão moribundo como agora. Anda tudo muito maleiro. No entretanto, deixo aqui dois filmes que adorei ver neste "enorme" intervalo. A Mulher Sem Cabeça da Lucrecia Martel, produzido por Pedro Almodóvar.



E eis um outro, num tom burlesco semelhante ao anterior, e com uma actriz que eu adoro, a Sabine Azéma. Ervas Daninhas de Alain Resnais. São dois filmes em que ficamos sem saber muito bem o que dizer. E às vezes é melhor assim.

Madeira is still beautiful

Santana, onde eu imaginava que havia toda uma aldeia de casas típicas. Mas afinal são só cinco. A sexta está ainda em construção.

S. Vicente. Uma espécie de paraíso azul.

A Poncha de tangerina na Venda do André

Ponta Delgada

Jardim Tropical Monte Palace. Nunca pensei dizer isto, mas parabéns ao senhor Berardo. Foi um dos jardins mais bonitos que visitei até à data.

E mais tarde algumas considerações sobre esta viagem que foi sobretudo de introspecção. Também comi e bebi como a imperatriz da Áustria, que por acaso fez férias na Madeira.

Devaneios (2)

Sim! É do anúncio. Talvez por isso vão estar no Porto nos finais de Maio. É um pop melodioso. Um indie para ir ouvindo, enquanto o sono não chega ou não se arranja melhor. No outro dia fui ver o filme da Inês Oliveira (isto agora não tem nada a ver com a música destes rapazes)e fiquei com a sensação de que de facto a nossa sociedade é muito pouco espiritualista. E que faz falta aqueles minutos de reflexão diários para que não se entre em colapso. Há semanas em que me sinto a implodir. E já são demasiadas vezes. Se um dia me virem por aí vestida de sari, chinelo de dedo e incenso na mão já sabem...

Eduardo Noriega

Bom fim-de-semana para elas! Estes dois dias da semana são para mim como uma espécie de orgasmo. Nunca gostei tanto de sexta, sábado e domingo. Me gusta mucho!

(...)

Tenho tanta coisa para dizer e não me apetece dizer nada.

Subtilmente discriminadas

E são tantas as tretas e lérias que se escrevem e ouvem neste dia que eu fico com sono. E bem pior, com tédio. Enquanto nós próprias não interiorizarmos um discurso igualitário tudo continuará na mesma. Engane-se quem pensa que as mulheres vão dominar o mundo no futuro. O Dia da Mulher só serve para lembrar que continuamos a ser discriminadas. Embora na maior parte dos casos pensemos que não.

Moralismos

Sou da geração do Coffee, Gigarettes and Facebook. Ainda que não me enquadre totalmente nela. Nos últimos dois meses descobri um novo desinibidor social: as palavras.

Adoro

Existem filmes, que por mais explicações que tentemos arranjar, simplesmente perseguem-nos ao longo dos anos. Eu tenho o meu filme. É sobre vidas tristes, como tantas há por aí. Não sabemos como acaba. Instintivamente somos nós quem dá um final. Eu imagino que acabou bem. Outros terão imaginado que os sonhos daquelas personagens ficaram desfeitos naquela noite. Lembro-me que o velho que corre atrás da motocicleta é uma das cenas mais intensas e tristes que já vi no cinema. Lembro-me que a cena da dança do ventre é, apesar de tudo, uma das mais sensuais de sempre. Lembro-me que este filme dá fome. O Segredo de um Cuscuz é o meu filme.

O melhor à parte de sempre...

A partir do segundo 46 é rebolar a rir. Levantar-se e voltar a rebolar a rir. Porque isto é um diamante em bruto. E só hoje dei de caras com esta pérola. Porque eu também quero contar a minha orientação clubística no Parlamento. O país merece saber a verdade. Que eu antes de ser do Sporting era do Benfica. E num acto de rebeldia, própria de uns tenros 11 anos, decidi de trocar de clube. Não é disparate que querem?



P.S - "Porque a minha filha de sete anos infelizmente é do Sporting." Tssss. A filha consegue ser bem mais esperta do que o pai. Sapiente será a palavra correcta.

Lugares Comuns

As pessoas que têm medo de ter medo.

The perfect Scene

I was dreaming when I saw you