O drama (I)

E eis que chego ao mundo dos aparelhos. Os primeiros dias têm sido um horror. Mas a coisa piora quando penso no número de meses que tenho pela frente. 36 meses. Vou repetir. Trinta e seis meses de pura loucura.

Penso que tenho um naco apetitoso de presunto e não posso atacá-lo. Acabaram-se os sugus (ui que até me doi a alma), rebuçados, pastilhas elásticas, chocolates com frutos secos ou os bordos das pizzas. Coca-cola (bebida suja do capitalismo) no more. Esquecer a bela trinca na maçã nos próximos anos.

Tornar-me-ei fã de sopa nas próximas semanas. Se alguém conhecer receitas decentes por favor partilhe. Se alguém quiser convidar-me para um jantar atenção à lista acima.

Nunca imaginei que a cera tivesse tanta utilidade. Estou indecisa sobre a cor que irei colocar a seguir. O cinzento é muito aborrecido. Um cor-de-laranja não ficaria mal, mas não pode ser o laranja PSD.

Possibilidades de conquistas amorosas atingirão os níveis mais baixos dos últimos anos. Não me venham com a treta do "é sexy e fofo". Comigo essa não cola.

To be continued...

Acordai!

Acordai,
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis!
Vinde, no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raiz!

Acordai,
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões!
Vinde incendiar
de astros e canções
as pedras e o mar,
o mundo e os corações!

Acordai!
Acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis!
E acordai, depois
das lutas finais,
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!


Fernando Lopes-Graça

Soul Kitchen

Esperava mais do novo filme de Fatih Akin, mas continuarei fiel. Foi uma mudança radical dos anteriores The Edge of Heaven (Do Outro Lado) e Esposa Turca. Até aqui não conhecíamos finais felizes.

Mas nem tudo são pontos negativos. O argumento é algo previsível, uma avalanche de desgraças e a personagem central que consegue dar a volta a tudo, mas depois há pontos a favor. Boa música, eclética q.b, e muita comida ao barulho. E só isso prende qualquer um até ao fim. Fico à espera de um filme mais sério. Os filmes tristes assentam-lhe bem.

Retomando a Madeira....

Quero muito lá voltar. Aquele clima deixa inveja a qualquer nortenho. E depois há a imensidão do mar. Aquele oceano persegue-nos para todo o lado. E eu sou uma mulher do mar. Os meus pais enganaram-se quando decidiram montar arraiais no litoral, quase interior. Em que a qualidade de vida compensa em determinados aspectos, mas naqueles que eu considero essenciais não.

Tudo isto para dizer que a Madeira é de facto um paraíso, visitado sobretudo por "estranjas"(terceira idade proveniente da Inglaterra e Alemanha) que eu tive oportunidade de conhecer de perto. Onde é que andavam os turistas portugueses na Madeira?

A comida é supimpa. Espetada com milho. Bolo de caco de manteiga ou chouriço. Mousse de maracujá. Bife de Atum. Uma delícia meus amigos. Um manjar dos deuses. Já para não falar da poncha. A regional, laranja, limão, tangerina, maracujá. A forma ideal para acabar o dia.

Santana foi uma desilusão, mas aquele mar ao fundo é de cortar a respiração. S. Vicente é um paraíso azul rodeado de montanhas esmagadoras. A Camacha é a serra, o verde e o ar puro. Ah! E foi lá que se jogou futebol pela primeira vez, em 1875.

Havemos de voltar à Madeira.

Dentadas humanas

Digam lá se este cartoon não é qualquer coisa de absolutamente brutal? Tem o nome de ‘Destruição de Florestas’ e é da autoria do brasileiro Jarbas, que publica num jornal de Pernambuco. Foi um dos vencedores do World Press Cartoon 2010. Numa altura em que tanto se fala de alterações climáticas esta imagem resume tudo. As dentadas da lagarta têm formas humanas. Nada mais ilustrativo.

love is no big truth

Esta sou eu

Nada é mais triste do que um cidadão acomodado.



Sophia de Mello Breyner

No Dia Mundial do Beijo...

Aqui em jeito de homenagem ao cinema de Tornatore. Um filme que me levou às lágrimas, tantas e tantas vezes. Sobretudo por causa desta cena. E porque é belíssimo em todos os sentidos.

...de regresso

Nunca este blogue esteve tão moribundo como agora. Anda tudo muito maleiro. No entretanto, deixo aqui dois filmes que adorei ver neste "enorme" intervalo. A Mulher Sem Cabeça da Lucrecia Martel, produzido por Pedro Almodóvar.



E eis um outro, num tom burlesco semelhante ao anterior, e com uma actriz que eu adoro, a Sabine Azéma. Ervas Daninhas de Alain Resnais. São dois filmes em que ficamos sem saber muito bem o que dizer. E às vezes é melhor assim.