segunda-feira, 31 de maio de 2010

Uma vénia para o senhor Mungiu, entre outros




Sou uma mediana conhecedora de cinema, admito. Mas o cinema romeno tem sido uma bela descoberta. "História da Idade de Ouro" é só mais um exemplo. É tão simples e tão bom que pedimos para que não acabe. São pequenas histórias, todas diferentes, passadas nos últimos anos do regime de Ceausescu. E são hilariantes, absurdas, surreais.

A minha preferida é indubitavelmente aquela em que os convidados (os camaradas) de uma festa ficam presos num carrossel durante uma noite inteira. Isto porque não ficou ninguém para desligá-lo. Às voltas, sem parar, all night long. Até enjoa só de olhar e pensar. É perfeita a metáfora.

O filme tem duas horas e meia, pelo que podem ver duas histórias e retomar no dia seguinte as próximas. Eu não consegui.

Bisbilhotar o trailer

quarta-feira, 26 de maio de 2010

À deriva

Estudar até aos 40 anos é o fado da minha geração. Naquela que é também a tendência da idade de sair da casa dos pais. Só não estou a ver o caminho. Ou melhor sei exactamente aquilo que quero, mas a sociedade não deixa. Somos nada mais do que cidadãos aprisionados às lógicas capitalistas. Ter de escolher entre um curso em que sabemos que somos bons e um em que sabemos que vai rechear a nossa conta bancária.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Venga bailar Rosé

Mira, quando estoy muy triste ligo el youtube y miro el compañero Rosé, bailando el tango con nosotros.

Perdigotos? Eu?!

Posso orgulhar-me de pertencer ao grupo de pessoas que não manda salpicos de saliva, mais conhecidos como perdigotos, por usar aparelho. No meio de tanto azar devo ou não ficar feliz por esta "piquena" constatação?

Todos nós já vivenciámos aqueles episódios em que os perdigotos nos acertam em cheio nos olhos. Pumba, leva que é para aprenderes! Eu considero que esses são deveras os piores. E o que é que eu faço? Uso aquilo que chamo de cinismo cordial. Continuo a falar com a pessoa, calmamente, como nada tivesse acontecido.

Por que é que escrevi este post? Amanhã tenho consulta na dentista. E dizem os médicos que devemos ter uma atitude positiva para com o nosso aparelho ortodôntico.

domingo, 23 de maio de 2010

Cocktails



Antes da minha existência virar pó gostava de provar um Dry Martini. É o mais famoso cocktail do mundo, muito graças ao glamour do James Bond, mas eu nunca provei. Dizem que é intragável e só depois de algum tempo é que começas a saborear verdadeiramente. Eu acredito, pois o vermute não me parece coisa boa. Tenho cá para mim que seja uma espécie de Campari. A primeira vez que bebi foi em Itália e não consegui passar do segundo gole. Absolutamente Argh! E pensar que esta bebida é feita a partir da infusão de 60 ingredientes diferentes. Argh!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Drama (III)

Alguém que trabalha numa clínica dentária: "Já tens todos os vícios de quem usa aparelho."

Eu (era tudo o que eu queria ouvir neste momento) limitei-me a um encolher de ombros.

Para a minha amiga Yaras que adora cozinhar

Yaras o que eu proponho é que, tal como no filme, comeces escrever um blogue sobre comida. A aventura durará 365 dias e 524 receitas, que feitas por ti serão de comer e chorar por mais. Mas vamos ter de adulterar o guião. Tiramos os homens, vulgo namorados, e colocamos as melhores amigas. No caso, euzinha e também a Dani. Acredito mais em ti do que no Jamie Olivier ou Nigella Lawson. Quando vi este filme lembrei-me logo de ti. Isso quer dizer alguma coisa, não? Portanto, mal o vejas diz-me o que pensas fazer da tua vida.


Bon Appetit!


domingo, 16 de maio de 2010

Os suspeitos do costume


Legenda:

Sarkozy: Eh pá! Somos do carago, ó Merkel. Em menos de um mês conseguimos obrigar Portugal a criar um plano de austeridade.

sábado, 15 de maio de 2010

Uma vida cheia de nada



Eu sou um pouco como a maioria dos médicos no início de carreira. A vida já é suficientemente triste dentro dos hospitais para ver dramas. O que eu preciso agora é de comédias.

Foi mais ou menos isto que pensei ao ver o filme do oscarizado Juan José Campanella, depois de lacrimijar uma torrente de água, num sábado à tarde solarengo.

«O Segredo dos Seus Olhos» é uma mistura de drama e romance que resulta num thriller que me faz lembrar aqueles policiais da Agatha Christie. Prende-nos até ao fim. E depois junta-lhe um actor competente, Ricardo Darín,
e um país caótico, a Argentina. Há ainda beleza das cenas iniciais e o humor negro do actor secundário, Guillermo Francella.

É ver e comprovar o que digo.

domingo, 9 de maio de 2010

R.I.P. José Ladeiras

Este nunca será um post triste nem com o objectivo de ridicularizar. Será antes um post de agradecimento pelas gargalhadas (tantas) que conseguiste arrancar de mim. Nunca esquecerei aquele: "Óptimo!" És grande JL!

Recordemos aqui.

O trinómio dos três "F"

Temos pena mas Fátima, Futebol e Fado nunca serão a minha praia. Não gosto de perder tempo com histerismos. O português é especialista em histerismos exacerbados no que toca a questões clubísticas e religiosas. Sou uma mulher de pouca fé. Talvez seja isso. Certeza há apenas uma, Portugal continuará a ser o país dos brandos costumes.

Tem muito samba na concentração...

Duas sugestões a fechar o fim-de-semana e que chegam do outro lado do Atlântico. O filme Estômago - Uma história nada infantil sobre poder, sexo e gastronomia de Marcos Jorge. Tenho dúvidas se merecia tanto a alarido, mas minha gente, com as estreias dos últimos tempos é melhor tirar a barriga de misérias.

E agora um álbum que passou ao lado em Portugal. Em «Segundo» há Bossa Nova e música popular brasileira pela voz calorosa de Maria Rita. Para mim o melhor trabalho da cantora, filha de Elis Regina.


sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Swanlights"



Em Outubro eu e tu temos um encontro. Hoje quando tentava explicar como era a música de Antony alguém se antecipou e disse: "É assim muito deprimente e triste". O que é demasiado reductor dito na presença de alguém que consome doses EXCESSIVAS de Antony & Johnsons. Digamos antes que a sua música é arrepiantemente íntima e sensível. Assim está muito melhor.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Drama (II)

Sem dor, mas mais sopinha de massa do que nunca. Desculpem lá, mas eu agora só tenho olhos para o meu aparelho! É ver-me em frente ao espelho à procura de evoluções milimétricas.