sexta-feira, 19 de outubro de 2012

My cup of tea

Já andava a namorar esta tumbler da Starbucks há algum tempo, mas só hoje perdi a cabeça. Só depois vim a descobrir o pormenor do soft touch, o que não interessa muito, uma vez que o objectivo é colocar coisas quentes lá dentro. Ora bem, a questão é que andava a beber chá de um copo de plástico e um dia destes disseram-me que uma colega de trabalho começou a sofrer de dores de estômago e depois consultou um médico e o médico mandou-a fazer análises e encontraram vestígios de plástico no estômago. Toda a história foi-me relatada enquanto eu bebia o meu chá de um copo plástico. (Já sabem que com a idade a malta começa a ficar hipocondríaca). E eis-me rendida à minha tumbler que me vai ser muito útil numa viagem que farei em breve. 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A cinematografia de Lana

Será que sou a única a achar que os videoclips de Lana Del Rey são uma pérola? Viver da imagem não é tudo no mundo musical, mas por vezes funciona às mil maravilhas.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

E deus criou o Homem...

Aviso às telespectadoras. Os próximos minutos provocarão arrepios, suores, arritmias, suspiros, uso de expressões em várias línguas como "Oh my god...Mamma mia...Uh là, là...Madre mia...Curva", estados de negação da realidade e afins. Depois não digam que eu não avisei. Obrigada Dolce and Gabana por me fazeres sonhar bem para lá dos sonhos!


Vale a pena ver!


Estou a ler Eat, Pray, Love na versão original. O filme já o tinha visto há cerca de um ano atrás e, aproveitando que o livro anda cá por casa, decidi testar o meu inglês. Eu que nunca fui de best sellers vejo-me agora rendida.  Como seria de esperar o livro nada tem a ver com o filme. Ainda bem.  Não sei se é a proximidade aos trinta, mas também revejo-me na mulher em busca de tudo. Também eu adoro a língua italiana e sobretudo, adoro comer. Portanto, são mais do que muitas as coisas que eu e Elizabeth Gilbert temos em comum. Por curiosidade, andei a googlar à procura de uma foto da senhora, porque no livro não traz e já sabem como são as mulheres. Será que ela é assim tão gira como a Julia Roberts? Inteligente, divertida e pessoa que fala pelos cotovelos parece ser. O vídeo que se segue mostra o génio (seja ele uma força superior ou não) inventivo desta escritora que fala sobre Tom Waits, entre outras coisas interessantes. Uma contadora de estórias, portanto. 

P.S - Há legendas em português.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Avignon, a minha cidade de Verão

Passámos por campos de girassóis e plantações de pêssegos a caminho de Avignon. E esse percurso  quase que o consigo fazer de olhos fechados. Quatro vezes. More than enough para uma ateia! A cidade dos papas, como é mundialmente conhecida,  é de facto paragem obrigatória por estas bandas. Por isso, todos os amigos que me visitaram durante estes meses passaram por lá. 

Tinha uma ideia muito remota sobre esta cidade muralhada. Quando lá fui pela primeira vez, parei no posto de turismo na tentativa de saber o que visitar, e qual não foi o meu espanto quando, do outro lado do balcão, respondem à minha pergunta a cantar: "Don't you know that popular song about Avignon's bridge? Sur la pont d'Avingno/L'on y danse, l'on y danse". E foi assim que eu descobri a ponte de Avignon! Desculpem se não tive uma infância normal, mas essa música escapou ao meu reportório. Ah, falta dizer que a famosa ponte sobre o rio Ródano, recontruída um dúzia de vezes, é na verdade inacabada.

Para quem gosta de história faz todo o sentido visitarem o imponente palácio dos Papas. Um never ending de quartos, salas e salões ao estilo gótico, que termina numa vista deslumbrante sobre a cidade. Ah! Se tiverem oportunidade comprem uma garrafa de vinho, preferencialmente tinto, na loja de souvenirs do Palácio. Infelizmente, já não me recordo do nome, mas creio que tinha a ver com papas, claro! Um dos melhores vinhos que bebi por cá! O preço rondará entre os 6/10 euros a garrafa.

O Festival de teatro foi a outra razão que me levou a Avignon (em português Avinhão soa-me mal). Ruas cobertas de cartazes, actores pelas ruas promovendo as peças e inúmeros artistas de rua. A cidade transforma-se completamente e todos, sem excepção, promovem o evento à sua maneira. Não resisti e trouxe comigo dois cartazes. Um dia destes marcamos encontro em Avignon!










domingo, 30 de setembro de 2012

Guilty Pleasure



Eu e a cozinha mediterrânea fomos feitas uma para a outra. Almas gémeas. Assim, juro ser-lhe fiel até ao fim dos dias. Acho que dos países por onde passei, apenas a Bélgica, Irlanda e a Alemanha estão no fundo da tabela das minhas preferências. Ou seja, tudo o que está para norte . Demasiada salsicha, panados e batata frita metidos ao barulho. Chamam a isso identidade gastronómica? Não meus caros, eu chamo a isso comer mal!
Assim, desde que estou na Provence posso ter todos os dias à minha disposição coisas tão boas como o tomate provençal, a uva provençal, a maçã provençal, o pêssego provençal, o rosé e sobretudo, o peixinho fresco que amanhã tentarei comprar no porto (se conseguir acordar às 9h da matina, I doubt). Mas a minha última loucura é a tapenade provençal. Costumo comprá-la no mercado local e é uma verdadeira iguaria. O sabor é super salgado no início, mas logo vai desaparecendo. Vai bem com a famigerada baguette ou com tostas, mas pessoalmente deliro com o pão de azeitonas. Como dizia uma amiga minha espanhola: "Hay fiesta en mi boca!".Antes que o sonho acabe, deixem-me ser feliz com mais uma fatia de tapenade!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Outono



"Si pudiera volver a vivir comenzaría a andar descalzo a principios de la primavera y seguiría así hasta concluir el otoño. Daría más vueltas en calesita, contemplaría más amaneceres y jugaría com má niños, si tuviera outra vez la vida delante. Pero yá vem, tengo 85 años y sé me estoy muriendo!..." Jorge Luís Borges

sábado, 22 de setembro de 2012

Bookaholic

Há alturas da nossa vida em que damos por nós a devorar livros. Oito em seis meses, sendo que até ao final do mês tenho mais dois na mesinha de cabeceira. Chama-se a isto demasiado tempo livre!!! O pior é que pensava que iria ficar cansada num ápice, mas enganei-me. Tempo livre aos molhos para dar e vender.
Graças ao meu guru literário nestes últimos meses descobri e apaixonei-me pela América sulista de Flannery O'Connor, pela ironia de Saramago e as histórias com finais tristes de Murakami. Varri 500 páginas da vida de Fidel Castro e numa tarde terminei um livro sobre anorexia.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Viagem pelas cores de Gauguin e Van Gogh

Amanhã começam as minhas mini-férias, assim que daqui não vou sem deixar uma última sugestão. Dirigida a quem gosta de arte, a quem pensa que não gosta, a quem até sente curiosidade, mas não sabe bem e a quem planeia passar a tarde inteira no facebook.
O destino é Les Beaux de Provence e integra o roteiro das Mais Belas aldeias de França. A essa aldeia, que mais parece saída de um desses jogos de estratégia medievais, dedicarei um post mais avante.

Mas agora "Gauguin, Van Gogh, les peintres de la couleur". O nome de uma exposição única que decorre num local pouco usual, uma pedreira abandonada a cinco minutos a pé de Les Beaux.
O espaço composto por imponentes colunas, outrora talhadas por homens de fato de macaco e  hoje grafitadas com juras de amor, está transformado numa galeria de arte até Janeiro do próximo ano. Um labirinto onde são projectadas as grandes obras destes pintores, dois amigos, que muito se inspiraram na paisagem provençal. Uma natureza morta que ganha vida com recurso às mais sofisticadas técnicas de projeçao e a uma refinada seleção musical.


P.S - Faz algum frio no interior, portanto, não se espantem de entrarem lá a suar e saírem a bater o dente

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A magia da antiguidade

Fugindo do mistral que começa a dar sinais de vida e continuando no encalço romano, a próxima paragem leva-nos às verdejantes margens da Pont du Gard. Sob o rio Gardon, a ponte integrava um dos mais maiores e importantes aquedutos da Europa, mas, hoje só ela permanece intacta.

E é deste encontro entre a natureza e a arquitectura/engenharia romana que encontro um dos locais mais tranquilos em tempo de veraneio. Aqui os turistas não abundam e há sempre espaço nas espreguiçadeiras de madeira, depois de um mergulho nas águas calmas do Gardon. 

Na travessia da ponte é impossível não se sentir esmagada pelos corpulentos arcos que unem as duas margens do rio. Já quando o sol se põe, a ponte ganha uma nova cor, ou neste caso mil. É que nos meses de Junho, Julho e Agosto, a ponte é envolvida num jogo de luzes que atrai os olhares e objectivas dos visitantes. Só ficou a faltar uma banda sonora, de preferência Ennio Morricone .




domingo, 2 de setembro de 2012

"A mais bela muralha" de Orange

As civilizações romanas e gregas sempre causaram um grande fascínio ao comum dos mortais, que em pleno século XXI se admira ainda com tão grandiosas obras. Parece ser o caso de Orange, que para mim não passava de mais uma cidade a caminho de Nîmes e não muito afastada de Avignon. Pois enganei-me desde o momento em que pisei o Teatro Antigo de Orange.

É conhecido como sendo um dos mais bem preservados do mundo, apresentando várias particularidades. A que salta mais à vista é o telhado de madeira, que cobria praticamente todo o recinto, mas que devido a um grande incêndio e à deterioração da fachada, obrigou à reconstrução da cobertura que agora apresenta apenas uma meia lua. Depois há a sua fachada imponente que era ornamentada por cerca de 70 colunas. Hoje restam poucas e a figura central que se crê seja do imperador Augusto, pode ter sido anteriormente a de Apolo, o deus do sol. Roma tinha o seu repositório de estátuas e por vezes bastava só que a cabeça, amovível, fosse substituída por uma diferente. E eis um novo imperador ou deus, conforme a necessidade!

O Teatro de Orange serviu de refúgio, foi prisão e mercado, hoje e passados mais de dois mil anos só as três primeiras bancadas se mantém originais. Era aí que se sentavam os poderosos, estando as bancadas superiores reservadas aos escravos. Mas todos, sem excepção, tinham acesso à cultura gratuitamente.

Sentada na imensidão de bancadas brancas fico a imaginar a multidão em delírio e só os 35 graus me fazem voltar às grutas do teatro, onde a temperatura é espantosamente baixa e eu ganho energias para continuar a visita.

O audio-guide, disponível também em português,é uma peça fundamental. Só assim é possível termos uma ideia tão clara de como era o Teatro de Orange e das suas gentes há muitos, muitos anos atrás.








sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Calanques de Cassis, o paraíso existe

Há duas formas de chegar ao paraíso. Para os amantes da caminhada é só seguirem as setas, descendo um pequeno desfiladeiro que vos levará a Port Miou. Do porto meia-hora a pé até à primeira calanque, mas por favor, munidos de sapatilhas que não escorreguem! Os flip-flops podem neste dia ficar em casa. A caminhada é feita por um caminho tortuoso, mas que valerá o esforço. Palavra de quem já fez este percurso quatro vezes!!! O cheiro a pinheiros e o som dos megafones dos mini-cruzeiros marcam também esta paisagem, que a nossos olhos parece ainda intocável.

Se pensam que a caminhada parece tarefa árdua em dias de muito calor, não pensem que o kayake vai deslizar sozinho nas águas cristalinas. Pelo contrário, manobrar um kayake requer força de braços e está claro, alguma coordenação. Por isso, se alugarem um kayake de três lugares reservem o lugar de pendura para quem não possua tais qualidades.

Conhecendo ou não as leis da navegação, o importante é não se afastarem mais de 600 metros da costa, até porque é lá que se situa o nosso paraíso azul. Não descurando a beleza da primeira calanque, a segunda deixa-nos em silêncio contemplativo.

Demorem-se na água salgada e deixem-se flutuar neste refúgio natural inaudito...
 








quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Zenitar pela Provence


Sempre gostei de fotografia, mais de admirar do que tirar. Há poucos anos descobri a Zenit através de um amigo, o mesmo que me fez chegar às mãos o modelo soviético. Foi este verão e a primeira tentativa não correu nada mal (vá, com algumas aulas à distância). Para quem não sabia o que era a sunny 16 rule e um fotómetro, saí-me cá uma fotografa amadora com um bocadinho mais de classe. Assim, partilho convosco aquele que foi o primeiro resultado com zenit em punho. O objectivo eram os campos de lavanda de  Abbaye de Senanque, mas a vila de Gordes é igualmente encantadora e romântica. Uh là, là!

Penso que a melhor forma de chegarem à Abadia é mesmo de carro e deixem as janelas bem abertas para se deixarem inebriar pelo cheiro da lavanda. As plantações não são as de perder de vista, como aparecem nos postais, mas este é o cenário mais conhecido. Por isso há uma certa competição fotográfica no local só partilhada pelas abelhas que ali vêm buscar o seu néctar. Sim, porque o europeu e americano está cada vez mais parecido com o chinês/japonês.

Em Gordes, deixem-se passear pelas ruas deste vilarejo tão autêntico perdido nas planícies de Vaucluse...e se forem amantes de chapéus procurem no centro a loja que vende Panamás 100 % autênticos.

P.S -  Just in case levem sempre uma máquina digital de reforço.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nice/Saint-Paul de Vence




A minha passagem por Nice foi coisa de algumas horas. A minha sugestão é uma volta pela cidade-velha, mas mesmo obrigatória é a subida até à Colline du Château onde terão uma vista privilegiada sobre a Baía de Nice. Ah! Já percebi porque apelidam esta região de "Cote D'Azur"! A água, azul-turquesa, tem um efeito magnético.Eu gostava de fazer comparações entre a cor da água de Nova Caledónia ou Seychelles, mas por agora fico-me pelo sul de França e sem hotel de cinco estrelas.
 


A poucos quilómetros de Nice descobri outras villages circundantes que se revelaram bem interessantes, como foi o caso de Saint-Paul de Vence. Um burgo medieval que tem a particularidade de acolher dezenas de galerias e próximo a Fundação Maeght. É o destino ideal para o final de tarde, bisbilhotando os trabalhos dos artistas e artesãos, que trabalham ali mesmo de porta aberta. Mais tarde pelas minhas viagens na Provence pude comprovar que há outras vilas algo semelhantes, embora Saint-Paul de Vence seja por excelência o burgo dos artistas franceses. Vá, uma espécie de Miguel Bombarda em ponto grande, feita de pequenos pormenores que saltam à vista em cada ruela. Eu fiquei apaixonada, apesar de já em Maio os turistas serem mais que muitos e eu só mais uma.





Let's start

Na Provence faz sol mais 300 dias por ano, sobram 65 e este é um deles. Por isso, e sem a possibilidade de ir à praia ou uma qualquer esplanada decidi ficar por casa a tentar reanimar este blog. Se bem que eu acho que já vai tarde, mas não custa tentar. E aqui na Provence o que não falta é tempo. Portanto, recomecemos!